Um paper interessante de Carmen Reinhart e Belen Sbrancia: The liquidation of Government Debt. Há muita coisa boa no estudo, mas aquilo que me chamou a atenção foi a quantificação precisa (ou tão precisa quanto possível) do impacto que as “reestruturações ocultas” tiveram durante mais de 30 anos. Só um cheirinho:
A imagem de cima mostra a taxa de juro real de que os Bilhetes do Tesouro destes países conseguiram beneficiar. Através da repressão financeira ou da inflação-surpresa foi possível contar com vários períodos de taxas reais negativas – e, assim, reduzir a dívida sem, na prática, a repudiar. Assim é mais fácil. (E o quadro não mostra o número de períodos em que as taxas reais, apesar de positivas, ficaram, ainda assim, bastante abaixo das taxas praticadas no mercado.)
P.S.- Ainda sobre defaults (explícitos), um texto interessante no Vox: Was Argentina’s haircut excessive?