A economia irlandesa cresceu 3,3% no segundo trimestre (e 7,7% em termos homólogos). Algumas notícias, compreensivelmente, não resistem a invocar o regresso do Tigre Celta.
Não é todos os dias que se vê a actividade económica a crescer acima dos 3% (sobretudo se estivermos a falar de países europeus), mas vale a pena pôr alguma água na fervura. No caso da Irlanda, pelo menos, já houve dois trimestres em que o Produto andou a baloiçar entre os 3 e os 4% (2011 e em 2013). Mas foi sol de pouca dura e nos trimestres seguintes a situação foi rapidamente ‘corrigida’.
Duvido muito que estes ziguezagues constantes representem fases do ciclo económico. A economia irlandesa tem uma estrutura bastante peculiar e essas particularidades muitas vezes criam problemas no próprio sistema de compilação das contas nacionais (o caso das patentes farmacêuticas é bem conhecido). É possível que estes altos-e-baixos súbitos reflictam algum fenómeno deste género.
Por essa razão, e sobretudo se estivermos a falar da Irlanda, convém esperar algum tempo antes de extrair grandes tendências de indicadores de alta frequência. Para já, pelo menos, outros indicadores associados não sugerem nada de novo relativamente à tendência recente: uma recuperação real e consistente, mas lamentavelmente lenta.